fôlego #2 | tão simples
A jornada amorosa é um fio possível ao qual as imagens se enlaçam sem se amarrarem. Não menos legítimo seria enxergá-las não em linha, mas em teia - estados de espírito caleidoscópicos.
A dúvida, o prazer, o pertencimento, a dor, o vazio.
O eu e o outro, que meu corpo deseja, frequenta e confronta. Que me espelha e se diferencia. Alteridade irremediável.
As obras selecionadas para o Fôlego #2 trazem em si a advertência: NÃO CONTÉM IRONIA. À um coração aberto não interessa o distanciamento. O amor é explícito, visceral, hard core.
Direto, mesmo quando não é claro. O amor é expressão.
A curadoria desta mostra é pessoal, é simples. Pode ser encarada como quem ouve uma música e pensa “eu já senti exatamente isso”.
Isso, o amor, essa coisa tão complexa.
I want to write something/ so simply/ about love /or about pain /that even /as you are reading /you feel it /and as you read /you keep feeling it /and though it be my story /it will be common, /though it be singular /it will be known to you /so that by the end /you will think— /no, you will realize — /that it was all the while /yourself arranging the words, /that it was all the time /words that you yourself /out of your own heart /had been saying.
Mary Oliver, I want to write something so simply
(Nataly Callai)